Hãhãw: uma exposição de arte antirracista
Pagina experimental para exposições de arte indígena na UFBA. Apresentamos fragmentos da itinerância da exposição Hãhãw: Arte Indígena Antirracista, parte do projeto de pesquisas CARLA: Culturas de Antirracismo na America Latina, em rede com a Universidade de Manchester (ReIno Unido), a Universidade Nacional da Colômbia e a Universidade Nacional de San Martín (Argentina). Parte da exposição digital pode ser acessada nesse link, no site da Universidade de Manchester.
Hãhãw é terra e território, na língua Patxohã: é o lugar da vida dos povos originários. Hãhãw traz a insurgência indígena contra a assimilação; se opõe à ideia homogeinizadora que marcou a invenção do Brasil como uma nação mestiça, genocida e moderna, para visualizar a multiplicidade plurinacional, de vidas, de histórias, das diferenças. Uma geração de artistas indígenas que cria novos imaginários de como habitar e conviver no território que compartilhamos no país, três décadas após o movimento indígena marcar na Constituição Federal o fim da transitoriedade da condição indígena. As obras em exposição tratam de diferentes dimensões do racismo, da colonialidade, da violência da conquista, e da vida indígena no Brasil. Constroem memórias, denunciam opressões, mobilizam lutas.
Nascida a partir do projeto de pesquisa Culturas de Antirracismo na América Latina (CARLA), sediado na Universidade de Manchester (Reino Unido) em rede com a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Nacional da Colômbia e a Universidade Nacional de San Martin (Argentina), Hãhãw reúne trabalhos de 12 artistas indígenas, duas estudantes da UFBA que integram a rede internacional, alem de cinco deles atuando como pesquisadores visitantes no IHAC/UFBA. A curadoria das obras foi realizada de forma coletiva pelos artistas pesquisadores e pela equipe do projeto, de maneira a construir uma visão dialogada sobre a dimensão antirracista das manifestações estéticas indígenas. Exibida pela primeira vez no Museu de Arte Sacra da Bahia, em novembro de 2022, a exposição segue em itinerância pelas comunidades de origem dos artistas e espaços culturais nacionais a partir de janeiro de 2023.
Arissana Pataxó e Felipe Milanez
ZI KRIPPÓ
(Nosso corpo território)
Juliana Xucuru, 2022
Acrílica sobre tela
EUPHÊMISMÓS
Denilson Baniwa, 2018
Acrílica sobre algodão
ALFREDO BRAZ
Série retratos Lideranças Pataxó
Arissana Pataxó, 2022
Acrílica sobre tela
MESTIÇO
Ezequiel Vitor Tuxá
Colagem digital
CORPO CASA SAGRADA/CORPO TERRITÓRIO EM RETOMADA
Yacunã Tuxá, 2020
Ilustração digital sobre acrílica
NGÔKONTIRE
Irekran Kayapó, 2020
Acrílica sobre tela
RISCA FACA: O QUE É SER ÍNDIO PRA VOCÊ?
Gustavo Caboco, 2022
Desenho
MANTO TUPINAMBÁ
Glicéria Tupinambá, 2020
Fotografia
XE ÑE’E (MEU SER)
Graciela Guarani, 2022
Acrílica sobre tela
PRISÃO DE ALMAS
Ziel Karapotó, 2022
Instalação
MINHA AVÓ FOI PEGA NO LAÇO
Naine Terena, 2022
Video Arte
KAAPORA: O CHAMADO DAS MATAS
Olinda Yawar Tupinambá, 2020
Video Arte